terça-feira, 8 de setembro de 2009

Silvana Lima - Foco de Campeã

Enquanto a elite masculina do surf mundial mal tem tempo de relaxar entre uma etapa e outra, o Dream Tour feminino está devagar em 2009.

Com a ausência da etapa brasileira, o calendário apresenta um intervalo de cinco meses entre a parada de Bells Beach, realizada em abril, e a próxima, que acontece a partir do dia 30 deste mês em Dee Why, Austrália.

E como fazer para manter o ritmo das competições? A nossa guerreira Silvana Lima, que venceu em Bells, precisa continuar no rip para passar a australiana Stephanie Gilmore no ranking e chegar ao sonhado título mundial.

Sem provas válidas pelo tour, a saída é continuar treinando para estar preparada para a próxima etapa. Silvana tem feito isso, aproveitado seu tempo para surfar pelo mundo: Austrália, Indonésia, Ilhéus, Barra da Tijuca, Cepilho...

Silvana treina forte no Cepilho, Trindade (RJ). Foto: Arquivo Pessoal

É assim que tem que ser. A Silvana já tem surf de campeã, só precisa polir bem sua linha, caprichar nas manobras e decolar rumo ao pódio. A seguir, confiram a entrevista que fiz com essa baixinha arretada logo após sua conquista em Bells Beach.

Você estreou com nota dez no Circuito Mundial, em 2005 como convidada, mas sua primeiro título como integrante da elite mundial veio só esse ano. Por que você acha que a vitória veio só agora?

O que acontece em competições é que muitas vezes não dependemos somente do nosso surf. A natureza também influencia nos resultados. Às vezes você tem a chance de achar uma boa onda e virar o resultado de uma final, mas às vezes a onda não vem no tempo da bateria, daí você perde. Lá em Bells, com certeza, eu tive todo o apoio da natureza. [risos]

A vitória em Bells foi a mais importante da sua carreira?

Com certeza. Bells é uma etapa muito importante dentro do Circuito e a mais antiga do tour [esta foi a 37ª edição]. Bells tem magia!

Campeã de Bells Beach. O sino é seu! Foto: ASP

Você está sendo apontada como a favorita para levar o título mundial em 2009. O que acha disso?

Acho isso muito bom! Estou feliz em estar surfando bem, agora daqui para frente é treinar cada vez mais e esperar o meu dia chegar, assim como foi em Bells.

Em 2008, você e a Stephanie [Gilmore] fizeram final em diversas etapas do tour. Ela é sua principal adversária no circuito?

A Stephanie é perigosa, surfa muito e está sempre na briga em todas as etapas. Mas tem várias meninas que estão dando trabalho também. [risos]

Este ano, a elite feminina está cheia de novas caras, como a Bruna Schmitz, a Sally Fitzgibbons, a Coco Ho, a Paige Hareb... Você acredita que essas garotas podem tirar o espaço das veteranas?

Claro quem sim! Essa nova geração tem um surf forte e mais moderno. Quem não inovar, vai ficara para trás! Por isso estou sempre buscando mudanças.


Silvana mostra surf moderno em Bells. Foto: ASP

A próxima etapa do Circuito Mundial feminino é só no segundo semestre. Como você faz para manter o ritmo entre uma prova e outra?

Continuo surfando todos os dias e malhando muito, essa é minha rotina. Isso ajuda a manter o ritmo dentro d’água. Mas para não perder o ritmo das competições, procuro competir em algumas etapas do WQS.

Entre as próximas etapas do Circuito Mundial, quais você acha que tem mais chances de ganhar?

Não tenho como apontar uma favorita. Posso ganhar qualquer uma delas, basta eu surfar bem e ter sorte! [risos]

O que você acha dos brasileiros (Adriano de Souza, Jihad Khodr e Heitor Alves) no Circuito Mundial masculino? Tem algum favorito?

Eu acredito muito no surf deles. Tenho certeza que eles surfam muito e sou fã dos três. Sempre que dá, procuro assistir as competições masculinas, principalmente a bateria dos brasileiros, para mandar uma energia positiva.

Onde você costuma treinar no Brasil?

Treino no Rio de Janeiro, nas praias do Recreio, Macumba, CBB e Prainha. Além do treino na água, malho na academia Viktor Gym, também no Recreio.

Quais são suas ondas preferidas?

Gosto de Paracuru, no Ceará, Honolua Bay, em Maui (Hawaii) e Xangu, em Bali (Indonésia).

Quem são seus ídolos dentro do surf?

Joel Parkinson, Taj [Burrow], Pablo Paulino e Melanie Bartels.

E fora dele?

O Ronaldinho Fenômeno e o Kaká no futebol, o Bob Burnquist e o Mineirinho [Sandro Dias] no skate, a Daiane dos Santos e o Diego Hipólito na ginástica olímpica... Ah, o Giba no vôlei também é fera! [risos]

Com essa rotina pesada de viagens e competições, sobra tempo pra namorar? Como está o coração de Silvana Lima atualmente?

Feliz, muito feliz! [risos]

Relaxando após a session em Ilhéus (BA). Foto: Arquivo Pessoal

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