sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

BOAS ONDAS EM 2010

Agradeça a natureza pelo que ela te deu até hoje. Foto: Alexandre Gennari
O COP 15 está chegando ao fim e com ele 2009, ano que veio a tona às questões ambientais. Há alguns anos já estávamos recebendo avisos sobre as mudanças climáticas, mas preferimos acreditar que os bens que a Terra nos prove eram infinitos.


Pois não são e o planeta pede socorro. Nossos recursos estão se esgotando e logo a vida como conhecemos hoje, cheia de facilidades, será uma ideia cada vez mais remota.


Mas bem, o ano novo se aproxima e é hora de renovar as energias, as esperanças, fazer planos para os próximos 12 meses. Que tal incluir algumas ações de preservação e sustentabilidade no roteiro de 2010?


Os surfistas devem ter uma preocupação especial com as mudanças climáticas, já que a praia, nosso habitat natural, será diretamente afetado. E isso não está longe de acontecer...


Talvez seja tarde demais... Último dia do encontro em Copenhague e nenhum acordo relevante definido. Mas prefiro acreditar que, fazendo cada um sua parte, teremos mais chances de mudar (ou pelo menos melhorar) essa triste situação que o nosso planeta se encontra.


BOAS ONDAS EM 2010!


terça-feira, 24 de novembro de 2009

2012: Fim do Mundo ou um Recomeço?

Hoje decidi abrir espaço neste blog para um assunto um pouco diferente do que vem sendo abordado por aqui, mas que está me intrigando ultimamente.
Muito se tem dito sobre o que pode acontecer em 2012, essas histórias de profecias e tudo mais. Comecei a pesquisar o assunto e tenho refletido bastante sobre isso.
Antes que alguém se precipite, eu não assisti a versão hollywoodiana de 2012, que está atualmente nos cinemas, portanto o que discuto aqui não tem nada a ver com o filme (eu acho).
Não sei o que pode nos acontecer, mas tenho certeza de que algo está por vir! Segue abaixo um texto que explica melhor o assunto.

2012: Fim do Mundo ou um Recomeço?

Conforme o ano de 2012 se aproxima, cientistas, religiosos e místicos do mundo inteiro correm atrás de pistas deixadas por civilizações e profetas do passado explicando como será o fim dos tempos.

Em diversas culturas ancestrais o ano de 2012 é marcado nos calendários como o 'Armagedom', o 'apocalipse', o 'fim do mundo', 'o juízo final', 'o fim de um ciclo' e, nos mais otimistas, 'o ano em que esta era terminará e outra, melhor, será iniciada'.

Maias, Egípcios, Celtas, Hopis, Nostradamus e diversos profetas, Chineses e Budistas, WebBots, Cientistas e Religiosos das mais diferentes crenças dizem que o mundo como o conhecemos pode estar com os dias contados.

Mas enquanto a data misteriosa não chega, tudo não passa de hipótese. É necessário ter cautela e bom senso em relação a isso.

Há diversas teorias sobre o que realmente vai acontecer em 2012. Há uma hipótese que em 21 de dezembro de 2012 haverá uma inversão dos pólos da Terra, mudando completamente a atual geografia terrestre.

Alguns falam da destruição total do planeta, com asteróides violentos, tempestades solares, derretimento das camadas polares, tsunamis em grandes cidades, terremotos fatais, guerra por comida, por água e a extinção completa da raça humana.

Outros dizem que é nesta data que o Messias voltará à Terra, com possibilidade inclusive de uma intervenção extraterrestre entre nós.

Até a ONU já tomou providencias e inaugurou em 2008 o “Cofre do Fim do Mundo”, com diversas sementes de plantas alimentícias conhecidas em todo o mundo, caso a escassez de comida realmente se concretize.

Outros falam que grandes cataclismos serão gerados devido a passagem de um astro/cometa/planeta perto da Terra.

Seria o “abominável da desolação” de Jesus, a “abominação desoladora” do profeta Daniel, a “grande estrela ardente com um facho, chamada Absinto” do Apocalipse de João, a “grande estrela“, “o grande rei do terror“, “o monstro” ou “o novo corpo celeste” de Nostradamus, o “astro Intruso” ou “planeta higienizador” de Ramatis, o “planeta chupão” citado por Chico Xavier, ou o “Planeta X” procurado pelos astrônomos, ou o “12º planeta” de Zecharia Sitchin, ou o “Nibiru/ Marduk” dos Sumérios, ou ainda o “Hercólubus” da turma da Gnose.

Mas há um outro lado, que pode ser ilustrado pela frase: “depois da tempestade, haverá um dia de sol”.

O Livro Sagrado Maia do CHILAM BALAM, diz: "Ao final do último Katun (1992-2012) haverá um tempo em que estarão imersos na escuridão, mas logo virão os homens do Sol trazendo o sinal futuro. Despertará a Terra pelo norte e o poente, o ITZA despertará".


Calendário Maia

Estudiosos do Calendário Maia como o espiritualista Fernando Malkun também defendem a teoria que a data será marcada por uma mudança de consciência: o fim do medo.

Não podemos esquecer que na visão espiritualista do “fim do mundo”, o lado material (catástrofes, fim do dinheiro, materialismo, consumismo, etc) é colocado em segundo plano.

Não que isso não acontecerá. Eles falam que sim, mas o que vai separar um mundo do outro é uma mudança consciencial: a consciência egoísta e individualista “sou ser humano, pertenço ao planeta Terra” morrerá e nascerá a consciência universalista “sou a encarnação de um espírito, pertenço ao Universo”.

Lembrando que para os espíritas e muitos espiritualistas os reprovados no “juízo final”, ou seja, aqueles que não mudarem a consciência frente as últimas “provas”, serão exilados no Nibiru/ Planet X e terão que recomeçar do zero todo o processo de reencarnação, enquanto que os aprovados para a nova Terra vão estar livres de recordações do passado e qualquer traço de egoísmo e individualismo. Serão os habitantes da nova Terra, do "mundo de regeneração", como os espíritas falam.

Como viu, muitos têm a sua versão do que vai ocorrer por volta de 2012. Mas se notar você vai ver que não será o “fim do mundo”, mas o fim de “um tipo de mundo”, da nossa civilização, sociedade, raça. Como sempre aconteceu, uma nova raça mais desenvolvida vai surgir após a extinção da velha.

Não nos restam dúvidas que nossa civilização está à beira do colapso. Nunca antes estivemos mergulhados em tantas crises ao mesmo tempo: superpopulação humana, pobreza e desigualdade social, crise financeira mundial, crise alimentar, crise energética, escassez de água e petróleo, consumismo frenético, ameaças de terrorismo e guerras nucleares, o reaparecimento de doenças mortais, escândalos envolvendo políticos, quedas de governos, mudanças climáticas e o aumento impressionante das catástrofes naturais e da extinção de espécies, além do agravamento da violência e distúrbios civis. Qualquer um que usar a inteligência deve compreender que, independentemente das profecias de 2012 se realizarem, nossa sociedade está caminhando a passos largos em direção ao precipício. Basta ser um bom observador e perceber isso. Por mais absurdo que possa parecer, isso não é nem um pouco irracional.

Saiba mais: http://porque2012.com/

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Surf no verdadeiro Quintal de Casa

O surf e o skate são considerados esportes irmãos, já que um nasceu do outro. Em tempos de mar flat nos anos 60, surfistas californianos colocaram rodinhas em tábuas de madeira e passaram a surfar nas ruas para diminuir a fissura.

A partir daí, o skate caiu no gosto da juventude e não demorou muito para se espalhar pelo mundo. No Brasil, essa cultura é tão forte que o esporte é o segundo mais praticado entre os jovens, ficando atrás somente do futebol.

A revolução do skate aconteceu em 1973, quando o americano Frank Naswortly inventou as rodinhas de uretano, que permitiam maior aderência no asfalto. Depois disso, o equipamento começou a evoluir sem fronteiras, até chegar ao longboard, a base desta reportagem.

Na onda do Longboard


Diversão na Ladeira. Foto: Marilia Fakih


Para ser considerado um "long", o shape do skate precisa ser maior do que 40 polegadas. A forma varia de acordo com o gosto e o objetivo do skatista, mas independente do modelo, é a modalidade do skate que mais se aproxima do surf.

Esse "surf no asfalto" é melhor executado em ladeiras, já que o longboard em alta velocidade segura mais a bronca dos que o skate menor. Após o drop, cabe ao skatista inovar a cada sessão, podendo apenas "surfar a linha" ou realizar slides, hang five, hang ten, e outras manobras comuns no pranchão da água.

Para quem gosta de adrenalina, a "queda" é um prato cheio. Foto: Leo Berno


O "Quintal de Casa"

Diariamente, o Parque da Independência em São Paulo, importante marco da história brasileira, recebe a visita de diversos skatistas, entre eles, inúmeros longboarders. Eles frequentam o lugar não devido à rica cultura presente nos Museu do Ipiranga ou da Independência, mas sim por causa da enorme, larga e divertida ladeira do lugar.

O pico é considerado o "quintal de casa" de muitos paulistanos. Além dos skatistas, ciclistas, patinadores, corredores, entre outras pessoas, aproveitam a beleza exuberante e a natureza do parque para praticar atividades físicas.



Eu também adotei o quintal. Foto: Leo Berno

A presença de árvores frutíferas atrai diversas espécies de pássaros, entre eles periquito-verde, bem-te-vi, sabiá, pardal e coruja-orelhuda.

A idade dos frequentadores varia desde aquele moleque que acabou de sair da escola até caras na faixa dos 50 anos, que procuram no esporte uma válvula de escape para as tensões cotidianas. Também é comum ver pais ensinado os filhos a arte do "carrinho", namorados colocando as namoradas para "surfar"... O skate é sempre democrático.

Até tubo é possivel encontrar no Museu. Experimente entubar nos coqueiros! Foto: Marilia Fakih


Basta ficar alguns minutos por ali que você verá a galera acelerando na descida, "rasgando o asfalto" da mesma maneira que um surfista rasga a onda. Mas existem os mais clássicos, que descem descalços, variando o pé entre o bico e a rabeta do skate (nose e tail na linguagem original).

E engana-se quem pensa que garota que anda de skate é descuidada e masculinizada. As gatas que frequentam o Parque da Independência estão sempre esbanjando charme e beleza, florindo a ladeira.

Há também os locais, que estão por ali de segunda a segunda. Mas diferente do surf, por ali não existe localismo, o que não significa que qualquer um pode chegar desrespeitando o lugar e os frequentadores.

Os locais. Foto: Marilia Fakih

Resumindo, para quem surfa e tem simpatia com o skate, ou para quem já tem seu carrinho e é louco por adrenalina, vale a pena "fazer uma queda" no Parque da Independência. Vale lembrar que, aos finais de semana e feriados o lugar fica muito cheio e os skatistas dividem a ladeira com ciclistas, patinadores e turistas.

Tome nota

Andar de longboard é mais fácil do que de skate menor, mas todo cuidado é pouco. Lembre-se que "vacar" no asfalto é diferente do mar, e as conseqüências podem ser sérias. Vale a pena investir num equipamento confiável, conversar com quem entende do assunto, antes de se jogar na prática.

Serviço

Museu do Ipiranga - Parque da Independência
Av. Nazareth, s/n - Ipiranga - São Paulo
Fone: (11) 2273-7250
Funcionamento: diariamente, das 5h às 20h

Galeria do Rock (Diversas lojas especializadas em skate e longboard)
Rua 24 de Maio, 62 - República - São Paulo
Funcionamento: de segunda a sexta das 9h às 20h e aos sábados, das 9h às 17h.

Monumento à Independência. Foto: Marilia Fakih



Carveboard também tem sua vez. Foto: Marilia Fakih

Que tal o pôr do sol? Foto: Marilia Fakih

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O Guardião da Laje

O catarinense Thiago Jacaré é constantemente citado na mídia especializada por sessões de big surf na Laje de Jaguaruna, em Santa Catarina. Aos 26 anos, 13 de surf, Thiago é um verdadeiro embaixador desta onda, que afirma ser a “maior do Brasil”.


Thiago Jacaré na Laje do Jagua (SC). Foto: Divulgação/ATOW-INJ

A onda da Laje do Jagua, como é chamada, quebra a 5 km da costa e foi desbravada em 2003 pelo big rider Zeca Scheffer. Thiago foi o último a rebocar Zeca numa sessão de tow-in na Laje do Jagua. Na mesma semana, o “desbravador” do pico veio a falecer, após um acidente de carro.

O trabalho de propagação da Laje do Jagua pelo Brasil e pelo mundo continua, e é levado à risca por Thiago Jacaré e pela Associação de Tow In de Jaguaruna (ATOW-INJ).
Conversei com o Jacaré sobre sua vivencia no big surf, sobre como foi conviver no outside com Zeca Scheffer e ele diz com convicção: “A Laje do Jagua é a maior onda do Brasil, uma caixinha de surpresas onde tudo é possível”. Confira:

http://waves.terra.com.br/surf/noticia/o-guardiao-da-laje/38037

Thiago Jacaré. Foto: Arquivo Pessoal

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A quinta-feira mais clássica do ano...

O dia 1 de outubro de 2009 foi um clássico na história de Maresias. Sol forte, vento terral e ondas perfeitas acima de 3 metros serviram de cenário para a segunda edição do Red Nose Tow In Championship, evento de surf grande que já virou um sucesso no mundo.

E eu não podia perder essa por nada! Afinal, não é sempre que a previsão é tão otimista para um evento desta magnetude! Folguinha no trabalho, aí vamos nós!
Depois de uma sessão de surf irada em Bora Bora, um pico de São Sebastião que só quebra quando o monstro tá inchar, seguimos para Maresias. No caminho, achamos mais um clássico: Bananas Point.

O Banana é um pico que raramente quebra e fica de frente para uma balada de mesmo nome. Como a casa noturna não estava funcionando, os caras liberaram para os "surfistas fissurados" descerem não babarem e deck Diante das esquerdas perfeitas que varriam as pedras. Um show da natureza!

Bananas funcionando Point. Foto: Macarrão

Mas a grande estrela do dia era ela, a praia de Maresias e seus canudos esverdeados. Chegamos no pico e nos deparamos com esta cena. Sem comentários ...

Maresias, São Sebastião - SP. Foto: Gil Hanada / Waves

A energia na Beira inexplicável era da Areia. A força das ondas, uma vibe dos competidores, um dos expectadores admiração, tudo único.

Estrutura do evento. Foto: Marilia Fakih

Na água, só os mestres: Psicologia de Maresias, o Anfitrião, Carlos Burle, Eraldo Gueiros, Garret McNamara, Grant "Twiggy" Baker, Pato, Rodrigo "Monster" Resende, Rodrigo Koxa, Danilo Couto, Luis Roberto Formiga, Daniks Fischer ( brother!), Jorge Pacelli, Haroldo Ambrósio, Romeu Bruno, Trekinho, Bruno Santos ... Sem esquecer, claro, os campeões: Paulo Moura e Wilson Nora!

Parabéns a todos ... E para quem esteve presente neste dia, as imagens ficarão para sempre na memória!

Para quem não foi memorável, fotos e vídeo do evento:
http://videolog.uol.com.br/video?486574

Garret McNamara. Foto: Munir El Hage / Waves

Carlos Burle. Foto: Munir El Hage / Waves

Alemão de Maresias. Foto: Munir El Hage / Waves



Paulo Moura. Foto: Gil Hanada / Waves
Os campeões - Paulo Moura e Wilson Nora. Foto: Munir El Hage / Waves

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Por trás das lentes de Manu D’Ameida

A fotógrafa gaúcha Manoela D’Almeida pode ser considerada uma pessoa de sorte: viaja o mundo em busca das melhores ondas e leva isso como profissão. Aos 24 anos, ainda no “começo de sua carreira”, concilia a paixão pelo surf com o ofício de fotógrafa.
Manu teve seu primeiro contato com o surf aos 12 anos e, desde então, adotou não só o esporte, mas também o estilo de vida. Depois de passar uma temporada de três meses pelo leste australiano, não teve mais dúvidas de que queria viver disso. Fez faculdade de jornalismo, se especializou em fotografia e caiu no mundo.
Recém-chegada de uma trip só de garotas pelas Ilhas Maldivas, Manu conversou comigo sobre sua carreira, as viagens que já fez e sobre os desafios e delícias de se viver do surf. Confira!

Como foi sua iniciação no surf?

Eu sempre fui muito ligada aos esportes, e principalmente à água. Quando criança, pegava onda de “morey” na praia de Atlântida, pico que frequentei bastante durante a minha infância e adolescência.
Quando tinha 12 anos, meus amigos da praia começaram a pegar onda com prancha, e um dia, pedi para um me emprestar e na primeira vez que tentei ficar de pé, consegui. Lembro que aquela foi a melhor sensação que eu já tinha sentido. Depois daquilo, não quis saber de outra coisa.
Bem na época, meu pai tinha decidido voltar a surfar e tinha comprado uma prancha, então passei a pegar a prancha dele e sofri para conseguir ficar em pé de novo. Mas fui persistente e passei e me dedicar cada vez mais ao esporte.


Manu D'Almeida em Maldivas. Foto: Rick Werneck

Como uniu o surf à fotografia?

Na verdade, eu uni a fotografia ao surf! Já no primeiro semestre da faculdade de jornalismo, comecei a fazer estágios de fotografia e ganhei uma câmera. Então passei a fotografar as surf trips que fazia, e conforme fui progredindo na fotografia, passei a publicar meu material. Na época, tive uma grande influência da surfista e fotógrafa Roberta Borges.


Manu fotografa Brigitte Mayer. Foto: Rick Werneck


Você encontrou dificuldades no início da carreira? Se sim, quais?

Olha, ainda considero que estou no início da minha “carreira” e sempre encontramos dificuldades. Quem fotografa surf e se relaciona com o meio é porque ama muito o que faz. Infelizmente é uma carreira que não compensa pelo lado financeiro, e sim pelo estilo de vida.
Os materiais fotográficos são caros, e as fotos são pouco valorizadas no sentido comercial. Sempre procurei me diferenciar por ser jornalista e por poder oferecer reportagens com as minhas fotografias. Mas agora estou em um momento de investir mais em fotografia publicitária e de moda, aprendendo mais técnicas de luz, mas sempre envolvendo o universo surf.

Seus pais te apoiaram na sua escolha?

Meus pais são incríveis. Agradeço a Deus a família que tenho! Sou filha única de pais médicos, vinda de uma sociedade tradicional gaúcha! Ou seja, poderia não ter a escolha de investir na minha paixão. Mas só adquiri toda esta experiência em viagens e qualidade de equipamento pelo apoio da minha família.

Qual é a reação masculina ao ver uma garota fotografando o surf? Já enfrentou algum tipo de preconceito?

Olha, são muitas as reações. Na maioria das vezes é muito legal. O pessoal admira mesmo, sabe que você está ali por amor e quando pode, até ajuda. Já passei situações de duvidarem da qualidade do meu trabalho, em um primeiro momento, por eu ser mulher e nova. Mas quando que me viram em ação e depois viram o resultado, só ganhei admiração.

Quais picos de surf que você fotografou e surfou que mais te chamaram atenção?

Costa Rica, Fernando de Noronha, Califórnia, África do Sul, Hawaii, Maldivas.



Crowd absurdo em Pipeline. Foto: Manu D'Almeida


Qual o trabalho que mais te marcou até hoje?

Foi um que acabei de fazer, uma surf trip de mulheres para as Maldivas!

E como foi essa trip? Qual foi o intuito da viagem?

O intuito foi fazer um grande encontro feminino em um paraíso do surf. A revista virtual Ehlas que organizou toda a mulherada e fez a coisa acontecer. Foi de longe a melhor viagem que já fiz na minha vida. Não só pelas fotos incríveis que consegui fazer, mas por estar em uma surf trip de mulheres. Algo que sempre sonhei e nunca pensei que fosse se tornar realidade!
Adoraria repetir também, mas com mais tempo para poder surfar! Me dediquei a fotos de ação, dentro e fora d’água e muitos ensaios e fotos de lifestyle. A viagem teve milhares de aventuras, as meninas se deram muito bem e no final foi choradeira para ir embora. Amei cada segundo e aprendi muito com cada uma, fora que estávamos em um paraíso com uma cultura totalmente diferente.
O resultado vai sair na revista Ehlas de setembro, em especiais da ESPN Brasil que já começaram a rolar e também em mais algumas revistas.

Qual o pico que você chama de "quintal de casa"?

Olha, tenho viajado muito e realmente não gosto de pegar onda aqui no Sul. Durante muitos anos, a praia de Atlântida foi meu principal pico, mas o lugar que mais amo no mundo é a onda da Barra, na região de Garopaba.
Mas nas trip que fiz as melhores ondas foram: Cammieland (Hawaii), Pavones (Costa Rica), Jails (Maldivas), WindandSea (Califórnia), J-Bay (África do Sul), Tallows Beach (Austrália).


Claudia Gonçalves solta o pé em Chicken's Point, Maldivas. Foto: Manu D'Almeida

Conheça o trabalho de Manu D’Almeida: www.manuphoto.com.br e manuinsights.blogspot.com

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Congresso Brasileiro de Surf


Aloha galera

Nesta semana, o Ibrasurf promove a sexta edição do Congresso Brasileiro de Surf, um meeting de três dias com cursos, palestras e mesas redondas para discutir a atual situação do surf no Brasil e no mundo e pensar em melhorias para o futuro.

É uma ótima oportunidade para quem gosta de surf e quer levar isso para o campo acadêmico ou profissional.

As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo telefone (11) 5052-5011 ou pelo email congresso@ibrasurf.com.br.

Segue abaixo a programação completa!



16/09 – QUARTA-FEIRA

14h: Abertura Oficial.
Walter Feldmann (Secretário de Esportes de SP), William Woo (Deputado Federal), Flavio Delmanto (Presidente CREF/SP), Silvio da Silva (Federação Paulista de Surf) e Thiago Lobo (Coord. Esportes Radicais da Prefeitura de SP).

14h às 17h: 1º Encontro Paulista das Escolas de Surf

18h às 19h: “Ibrasurf – Educação através do Surf” – Alexandre Zeni, diretor Ibrasurf;

19h às 20h: “Surf e Boardsports na sala de aula” – Flávio Ascânio, professor especialista em esportes de prancha;

20h às 21h: “Políticas Públicas nos Esportes Radicais” – Thiago Lobo, coordenador de Esportes Radicais da Prefeitura de São Paulo;

21h às 22h: Mesa Redonda: “Responsabilidade Social – o papel do surfista”.
Mediadora: Eliana Mutchnik, Secretaria dos Portadores de Necessidades Especiais da Prefeitura de São Paulo.
Convidados: Robson Careca (Mão na Borda), Daniks Fischer (Suprema), Marcelo Caverna (Surfista Doador), João Malavolta (Ecosurfi), Marcelo Marinelli (SOS Praias Brasil);


17/09 - QUINTA-FEIRA

14h às 17h:
Curso Ibrasurf SEME para Instrutores de Surf

18h às 19h: “Treinamento para o Surf” – Alessandro “Amendoim” e Christian Dequéker

19h às 20h: “Pororoca: Surfando na Selva” – Sérgio Laus

20h às 21h: “Profissão: Surfista” – Sylvio Mancusi

21h às 22h: Mesa Redonda: “BIG SURF, qual o limite?”
Mediador: Romeu Andreatta.
Convidados: Rodrigo Kocha, Romeu Bruno, Haroldo Ambrósio, Jorge Pacelli, Alemão de Maresias

18/09 - SEXTA-FEIRA

14h às 17h: Curso Ibrasurf SEME para Instrutores de Surf

18h às 19h: “O mercado Surf no país do futebol” – Marcelo Laxe (The Branding Company Group);

19h às 20h: “Marketing e Surf: Investindo nessa onda” – Sérgio Eleutério (marketing da Skol);
20h às 21h: “Histórias do Surfwear no Brasil e no Mundo” – Sidão Tenucci (OP – Ocean Pacific);

21h às 22h: Mesa Redonda: “Mídia Surf, imagem ou conteúdo?”
Mediador: Reinaldo “Dragão” Andraus
Convidados: Carlos Sarli (revista Trip/Folha), Eduardo Camara (HardCore), Vivian Mesquita (ESPN).

Espero vocês lá!


Boas Ondas...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Surfe para meditar, medite para relaxar...


Dakhla, onde o deserto encontra o mar...

Gripe suína, crise no senado, Sarney e aliados zombando mais uma vez da cara do povo, índices de violência que não param de crescer, assassinatos, pedofilia, preconceito, guerras religiosas, extorsão de dinheiro em nome de Deus, conteúdo inútil na televisão... Bem vindo ao caos, 2009, século 21.

Manter a sanidade e o equilíbrio nos dias de hoje não é fácil. Como não se afetar por tanta coisa ruim acontecendo?

O surf é a mais eficiente válvula de escape nesses momentos de estresse indomável. Pegue sua prancha, corra para a praia, mesmo que o mar não esteja lá aquelas coisas, pare diante da imensidão de água e reflita.

Reme para o outside, deslize sobre as ondas, sinta a energia, o contato extremo com a natureza e agradeça, independente de sua fé, de sua crença. Depois de algumas ondas surfadas, você com certeza estará relaxado, purificado e preparado emocionalmente para seguir viagem neste mundo cão.



Nusa Lembongan, Indonésia, pelas lentes de Thiago Gafanhoto


Mas se você, caro leitor, assim como eu não tem o privilégio de viver perto do mar, não se desespere. Enquanto o final de semana não chega, tente relaxar de outra maneira.

É simples e você pode fazer isso em qualquer lugar. Se você estiver no escritório, dê uma pausa no trabalho e medite. A tecnologia nos ajuda. De um play neste vídeo, coloque os fones no ouvido, respire fundo e concentre-se apenas nas imagens.

Veja como é simples:
http://www.youtube.com/watch?v=k7bsz98rYdA&feature=related

Mas se não há um computador por perto, aqui vai outra dica, esta do campeão mundial de 1977, o sul-africano Shaun Tomson: feche os olhos, imagine-se entrando no mar e surfe, isso mesmo, no seu pensamento.

Já dizia Tomson: “Eu vou surfar uma onda por dia, mesmo que seja na minha mente”. Então, antes de meter a mão na buzina no trânsito, antes de xingar o cara que estacionou na vaga que você estava de olho, antes de qualquer situação de raiva que podemos controlar, pare, respire e imagine sua onda perfeita.

É claro que são apenas dicas e nada disso é suficiente para banir o estresse que estamos sujeitos diariamente. Mas é um começo, um pequeno ato, que pode trazer melhorias para sua vida.

Boas Ondas!


Surfe sempre a onda perfeita, mesmo que seja no seu pensamento. Hawaii retratado pelo artista Steven Power

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Silvana Lima - Foco de Campeã

Enquanto a elite masculina do surf mundial mal tem tempo de relaxar entre uma etapa e outra, o Dream Tour feminino está devagar em 2009.

Com a ausência da etapa brasileira, o calendário apresenta um intervalo de cinco meses entre a parada de Bells Beach, realizada em abril, e a próxima, que acontece a partir do dia 30 deste mês em Dee Why, Austrália.

E como fazer para manter o ritmo das competições? A nossa guerreira Silvana Lima, que venceu em Bells, precisa continuar no rip para passar a australiana Stephanie Gilmore no ranking e chegar ao sonhado título mundial.

Sem provas válidas pelo tour, a saída é continuar treinando para estar preparada para a próxima etapa. Silvana tem feito isso, aproveitado seu tempo para surfar pelo mundo: Austrália, Indonésia, Ilhéus, Barra da Tijuca, Cepilho...

Silvana treina forte no Cepilho, Trindade (RJ). Foto: Arquivo Pessoal

É assim que tem que ser. A Silvana já tem surf de campeã, só precisa polir bem sua linha, caprichar nas manobras e decolar rumo ao pódio. A seguir, confiram a entrevista que fiz com essa baixinha arretada logo após sua conquista em Bells Beach.

Você estreou com nota dez no Circuito Mundial, em 2005 como convidada, mas sua primeiro título como integrante da elite mundial veio só esse ano. Por que você acha que a vitória veio só agora?

O que acontece em competições é que muitas vezes não dependemos somente do nosso surf. A natureza também influencia nos resultados. Às vezes você tem a chance de achar uma boa onda e virar o resultado de uma final, mas às vezes a onda não vem no tempo da bateria, daí você perde. Lá em Bells, com certeza, eu tive todo o apoio da natureza. [risos]

A vitória em Bells foi a mais importante da sua carreira?

Com certeza. Bells é uma etapa muito importante dentro do Circuito e a mais antiga do tour [esta foi a 37ª edição]. Bells tem magia!

Campeã de Bells Beach. O sino é seu! Foto: ASP

Você está sendo apontada como a favorita para levar o título mundial em 2009. O que acha disso?

Acho isso muito bom! Estou feliz em estar surfando bem, agora daqui para frente é treinar cada vez mais e esperar o meu dia chegar, assim como foi em Bells.

Em 2008, você e a Stephanie [Gilmore] fizeram final em diversas etapas do tour. Ela é sua principal adversária no circuito?

A Stephanie é perigosa, surfa muito e está sempre na briga em todas as etapas. Mas tem várias meninas que estão dando trabalho também. [risos]

Este ano, a elite feminina está cheia de novas caras, como a Bruna Schmitz, a Sally Fitzgibbons, a Coco Ho, a Paige Hareb... Você acredita que essas garotas podem tirar o espaço das veteranas?

Claro quem sim! Essa nova geração tem um surf forte e mais moderno. Quem não inovar, vai ficara para trás! Por isso estou sempre buscando mudanças.


Silvana mostra surf moderno em Bells. Foto: ASP

A próxima etapa do Circuito Mundial feminino é só no segundo semestre. Como você faz para manter o ritmo entre uma prova e outra?

Continuo surfando todos os dias e malhando muito, essa é minha rotina. Isso ajuda a manter o ritmo dentro d’água. Mas para não perder o ritmo das competições, procuro competir em algumas etapas do WQS.

Entre as próximas etapas do Circuito Mundial, quais você acha que tem mais chances de ganhar?

Não tenho como apontar uma favorita. Posso ganhar qualquer uma delas, basta eu surfar bem e ter sorte! [risos]

O que você acha dos brasileiros (Adriano de Souza, Jihad Khodr e Heitor Alves) no Circuito Mundial masculino? Tem algum favorito?

Eu acredito muito no surf deles. Tenho certeza que eles surfam muito e sou fã dos três. Sempre que dá, procuro assistir as competições masculinas, principalmente a bateria dos brasileiros, para mandar uma energia positiva.

Onde você costuma treinar no Brasil?

Treino no Rio de Janeiro, nas praias do Recreio, Macumba, CBB e Prainha. Além do treino na água, malho na academia Viktor Gym, também no Recreio.

Quais são suas ondas preferidas?

Gosto de Paracuru, no Ceará, Honolua Bay, em Maui (Hawaii) e Xangu, em Bali (Indonésia).

Quem são seus ídolos dentro do surf?

Joel Parkinson, Taj [Burrow], Pablo Paulino e Melanie Bartels.

E fora dele?

O Ronaldinho Fenômeno e o Kaká no futebol, o Bob Burnquist e o Mineirinho [Sandro Dias] no skate, a Daiane dos Santos e o Diego Hipólito na ginástica olímpica... Ah, o Giba no vôlei também é fera! [risos]

Com essa rotina pesada de viagens e competições, sobra tempo pra namorar? Como está o coração de Silvana Lima atualmente?

Feliz, muito feliz! [risos]

Relaxando após a session em Ilhéus (BA). Foto: Arquivo Pessoal

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Bem vindo ao Outside!

Fala galera!

Entre tantas escolhas que temos que tomar na vida, eu, na casa dos 20 anos, tenho certeza de duas que fiz: o Jornalismo e o Surf.

Não sei dizer ao certo quando isso aconteceu. Escolher o jornalismo foi simples, sempre me dei bem em matérias de escrita e desde criança, passava meus sentimentos e ideias para o papel (depois de um tempo, para a tela do computador).

Mas o surf foi rolando. Num belo dia, percebi que minha vida estava totalmente tomada pelo esporte dos reis havaianos. Como costumam dizer por aí, fui "pega pelo bichinho do surf". E isso, muitas vezes, é sem volta.

É difícil expressar o que é o surf para mim. Sem clichê, é mais do que um esporte. O Surf é minha terapia, meu estilo de vida, minha cultura, minha religião e minha profissão! É a válvula de escape mais eficiente que conheço.

E assim, diante de toda essa paixão, decidi que focaria minha carreira ao jornalismo de surf. Não pelo status, nem pelo dinheiro. Mas pela satisfação pessoal.

Sendo assim, bem vindo ao Outside!
Se posicione e reme na onda certa! Nada de rabear ninguém, hein?!

Boas Ondas!
Nos vemos por aí...

Este é o Paraíso de Erick Wilson, artista paulista que se inspira no surf para criar.
Qual é o seu paraíso?