É difícil ser surfista morando em São Paulo, a menos que você não trabalhe, não tenha nenhum compromisso diário e conte sempre com um carro a sua disposição, além da grana do pedágio e do combustível.
Vou explicar. Como sabem, para nos realizarmos no mar dependemos quase que exclusivamente da vontade superior da Natureza e de Netuno. Uma série de combinações são necessárias para que as ondas apareçam. A chegada de um swell é sempre festejada pelos surfistas, mesmo que ele não venha com tanta intensidade.
Mas acontece que, às vezes, esse swell chega em plena terça-feira, enquanto você está pegando o ritmo de trabalho para a semana. Para piorar, a previsão indica que a ondulação não vai se manter para o final de semana.
O que fazer? Abandonar o chefe, os compromissos e se mandar para o litoral? Bem que gostaríamos, mas são mínimos os sortudos que podem se dar esse luxo.
Vou explicar. Como sabem, para nos realizarmos no mar dependemos quase que exclusivamente da vontade superior da Natureza e de Netuno. Uma série de combinações são necessárias para que as ondas apareçam. A chegada de um swell é sempre festejada pelos surfistas, mesmo que ele não venha com tanta intensidade.
Mas acontece que, às vezes, esse swell chega em plena terça-feira, enquanto você está pegando o ritmo de trabalho para a semana. Para piorar, a previsão indica que a ondulação não vai se manter para o final de semana.
O que fazer? Abandonar o chefe, os compromissos e se mandar para o litoral? Bem que gostaríamos, mas são mínimos os sortudos que podem se dar esse luxo.
Praia do Tombo, Guarujá (SP) quebrando de gala durante a semana.
Foto: Daniel Smorigo.
No verão, a coisa complica. Raramente recebemos frentes frias, que trazem consigo as boas ondas. Parecemos malucos, acompanhando dia a dia a previsão, ora tentando decifrar os gráficos, ora lendo boletins que alimentam a esperança (ou a afundam de vez).
Essa semana me bateu raiva, angústia, insônia, por causa das ondas. E não foi para menos. Foi Carnaval, tivemos cinco dias de festa pela frente, cinco dias de possibilidades de surf. O boletim das ondas da sexta-feira pré-folia foi o mais aguardado e, segundo as previsões, haveria uma possibilidade de surf, mesmo que fosse naquele meio metro tradicional dos nossos beachsbreaks.
Mas Netuno, como todo bom brasileiro, sabe que o ano começa mesmo depois do Carnaval. E assim foi, as ondas chegaram, apresentando bom tamanho e formação, um prato cheio para matar a fissura sem fim. Mas já era tarde, já era quinta-feira e já estávamos todos no escritório, na frente do computador novamente.
Que decepção... De que vale o Verão, cheio de luz, de calor, de glamour, praias cheias, noites incríveis, se no final das contas, o que a gente mais quer é que o Outono volte e traga com ele as frentes frias, cheias de swells consistentes e ondas de qualidade?
Quer saber? Queria mesmo é largar essa cidade, seguir para a praia e desfrutar das melhores ondas no meio da semana, quando os surfistas de final de semana (como eu), trabalham e apenas sonham com a água salgada. Alguém aí sabe de uma vaga de jornalista no litoral?