quinta-feira, 8 de abril de 2010

Fenômeno em ascensão

Stephanie Gilmore comemora segunda vitória em 2010. Foto: ASP
Enquanto os homens ainda duelam para definir o campeão do Rip Curl Pro Bells Beach 2010, o título feminino já tem dona, e não é novidade para ninguém.

A tricampeã mundial Stephanie Gilmore, de apenas 22 anos, superou a peruana Sofia Mulanovich e tocou o sino na segunda etapa do Women’s World Tour. O resultado já era esperado e confirmou o favoritismo da australiana para este ano, que começou com a vitória no quintal de sua casa, na Gold Coast, na abertura da temporada.

Steph é um fenômeno, que vem se superando a cada ano. Ela é a mais nova atleta a ganhar o World Tour da ASP e sua trajetória vitoriosa começou em 2007, ano que estreou na elite mundial. De lá pra cá, venceu todas as temporadas que participou e desponta no ranking de 2010, rumo ao seu quarto título. Isso tudo com apenas 22 anos, vale lembrar!

Seu talento nato para as ondas, e para o pódio, é altamente justificável. Australiana, nascida no berço do surf mundial, cresceu vendo os Coolie Kids (Mick Fanning, Joel Parkinson e Dean Morrison) quebrando a vala em Snnaper Rocks e Kirra, na Gold Coast.

Surfando em uma das bancadas mais famosas do mundo, com “professores” como os que teve, o ingrediente decisivo desta fórmula de sucesso é o dom para competições.

Seu surf é clássico, mas ao mesmo tempo forte, com manobras agressivas, mas sempre executadas com muita graça e elegância. Jovem sim, mas com muita experiência. Tranqüilidade, cabeça no lugar, concentração e, claro, muito surf no pé.

Rasgada forte e precisa, mas com leveza de bailarina. Foto: ASP

Com essa combinação de fatores, Stephanie nunca se intimidou com as feras do tour, como Sofia Mulanovich, Layne Beachley (7 vezes campeã mundial, aposentada em 2008), Chelsea Hedges e, por que não dizer, Silvana Lima, a “surfista mais radical”, segundo as próprias competidoras.

Agora, a próxima parada do tour cor de rosa começa domingo, em Taranaki, Nova Zelândia. Ainda é cedo para apontarmos quem será a campeã de 2010, mas Gilmore segue num ritmo difícil de ser alcançado.

Ela é, sem sombra de dúvidas, um fenômeno em ascensão.

E a Silvana, hein?

Bom, a cearense Silvana Lima, continua uma incógnita para mim. Seu surf é inquestionável, moderno e admirado por qualquer pessoa que conheça o assunto. “Ela surfa como um homem”, dizem alguns. E é a única mulher na elite mundial a arriscar manobras aéreas.

Então porque Silvana fica sempre no quase?

O que falta para a brasileira chegar ao título mundial? Foto: ASP

Em 2005, o mundo do surf conheceu Silvana Lima, quando ela, competindo como convidada em Haleiwa, arrancou um 10 unânime dos juízes num tubo perfeito. Estreou na elite em 2006, finalizando em 9º.

Em 2007, escalou algumas posições no ranking e terminou a temporada em terceiro lugar. Seguindo esse ritmo, foi vice em 2008 e tinha tudo pra se sagrar campeã em 2009, ano que ganhou duas etapas: a conceituada Bells Beach e a etapa de Sydney, ambas na Australia.

Mas não foi desta vez. Então começou 2010 e Silvana veio com tudo, como uma grande promessa e enchendo os brasileiros de esperança.

Surf de campeã ela tem de sobra! Foto: ASP

Ainda não decolou, tanto na Gold Coast quanto em Bells, a cearense parou nas quartas de final e amargou a 5ª posição.

O World Tour feminino está cheio de novos talentos, como Sally Fitzgibbons, Page Hareb, Coco Ho, Carissa Moore, Lee Ann Curren e Bruna Schmitz. Mas a única atleta que realmente ameaça os planos de Silvana rumo ao título mundial é Stephanie Gilmore. E é aí que está o problema: ninguém consegue detê-la!

Disputa direta pelo título mundial de 2010. Quem vai levar? Foto: ASP

Sinto que falta pouco para Silvana chegar lá. Surf no pé não é problema, talvez um pouco mais de concentração e sangue frio nas baterias ajude a soltar mais seu talento e agradar os juízes.

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