terça-feira, 6 de abril de 2010

Desabafo numa terça-feira cinzenta

Cena comum no meu cotidiano. Foto: Divulgação


Fechada entre quatro paredes, o pensamento voa e encontra um retiro. Um lugar de paz, de tranquilidade, quente e bem diferente de onde estou agora.
Neste lugar não há caos e o único barulho que ouço são as ondas do mar, quebrando imponentes e me convidando ao desafio de domá-las. Sinto a areia branca e fina com os pés e a brisa refresca meu rosto.
Ao meu redor, a natureza é plena, o verde das árvores está sempre em harmonia com o azul do céu. Em meio a mata, sinto me como parte do planeta, peça fundamental nesse cenário de perfeição. A trilha sonora é composta pelos pássaros que alegram o local com sua cantoria.
O mar é o refugio para os pensamentos ruins. Submersa nas ondas, não me lembro mais dos problemas comuns da vida na cidade grande. Já não lembro mais qual é o som da rua, nem tampouco a cor cinza daquele lugar.
Agora, diante desse paraíso, tudo isso está distante, apenas uma lembrança ruim, um tempo que quero esquecer.
Aqui a simplicidade torna a vida rica e são nos pequenos detalhes que a felicidade mora. Aqui, as pessoas são realmente amigas, solidárias e pouco importa sua classe social ou sua situação financeira.
Parece um sonho e é.
Eis que o telefone toca e me traz de volta a minha fria realidade. Os pés continuam gelados, a chuva ainda traz transtornos lá fora e o mar está longe de mim. O verde das matas e o azul do céu dão lugar ao cinza homogêneo dessa cidade.
Permaneço ainda neste local onde não me encontro, não me reconheço, não me aceito.
Agora, diante dessa realidade, a natureza parece distante, apenas uma lembrança boa, de um tempo que não me canso de reviver.

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